Em alguns momentos, encontraremos provações da vida. Como podemos ainda acreditar na providência quando somos confrontados com os dramas da vida? Além da revolta e da súplica, contemplar Jesus crucificado confiando em seu Pai pode trazer paz, devolver o trágico ao seu significado espiritual e a graça da esperança.

Luto, aborto, separação, desemprego, solidão, doença grave, as dificuldades são inseparáveis ​​da existência humana. Mas, a cada vez, sua ocorrência ressoa como uma espécie de traição à vida, um súbito rompimento de nossa bolha pacífica, com a impressão de ver o que construímos desmoronar e a imagem que tínhamos de nós mesmos. Soma- se a isso para o crente a prova da fé : “Ele pode ter a sensação de que Deus está ausente e não o sustenta”.

Passar pelas provações da vida significa antes de tudo gritar, chorar, revoltar-se

“Meu Deus, por que me abandonaste?”. O grito de Jesus ressoa em toda tragédia humana: “Pensei que tinha uma cumplicidade, uma proximidade com Deus e, de repente, é silêncio, abandono”. Superar a provação significa antes de tudo gritar, chorar, revoltar-se. E não se recuperar imediatamente.

Querer se endireitar logo é ilusório: levantar é um longo caminho. O primeiro gesto é reconhecer-se derrotado. Passar pela provação significa antes de tudo gritar, chorar, revoltar-se. E não se recuperar imediatamente. Os salmos estão cheios desses clamores e lágrimas. 

Como passar pelas provações

Como cristãos, todos nós passaremos por provações. Eles podem ser muito variados: às vezes uma crise financeira ou um problema de saúde, às vezes a deterioração repentina de um relacionamento, às vezes rejeição ou perseguição por causa de nossa fé, ou até nos encontramos em algum túnel escuro e sem luz no final. Seja qual for o teste, é importante lembrar que Deus se preocupa mais com nosso caráter do que com nosso desempenho.

O que fazer

Primeiro, devemos distinguir entre julgamento e punição. Muitas vezes, como cristãos, não reconhecemos o castigo que nos vem de Deus. Portanto, adotamos uma atitude de resistência ao diabo, quando na verdade devemos nos submeter a Deus. O problema fundamental assim exposto em nosso caráter passa a ser, de fato, orgulho.

O final do Salmo 19 apresenta uma oração que Rute e eu repetimos com frequência:

Quem entende seus erros? Purifique-me de minhas falhas ocultas. Também guarde seu servo dos pecados cometidos com orgulho; não me dominem; então serei irrepreensível, e ficarei inocente da grande transgressão.

Percebi que as falhas secretas não são segredos que se esconde dos outros, muito menos de Deus. São segredos para si mesmo, falhas em nossa personalidade que não reconhecemos. Davi os chama de pecados de presunção. Dos pecados que cometemos quando assumimos que nossa conduta é aceitável a Deus, quando na verdade O ofende. 

Muitas vezes o Senhor não nos revela tais pecados até que tenhamos deliberadamente escolhido nos humilhar, convidando-O a sondar nosso caráter e expor nossos motivos mais íntimos. Uma vez que percebemos que estamos passando por um período de teste de Deus, precisamos ter certeza de que nossos fundamentos, ou nossas costas, estão cobertos.

Arrependimento

O arrependimento é talvez a doutrina cristã fundamental menos apoiada pelos pregadores contemporâneos. “Apenas creia” é uma mensagem que soa doce, mas não está de acordo com as Escrituras. 

Em todo o Novo Testamento a mensagem é “Primeiro arrependa-se, depois creia!” Quando há pecado obstruindo nossas vidas, qualquer forma de fé que não procede do arrependimento é uma falsificação humanista. Não produz os resultados que vêm da fé genuína.

Compromisso

De acordo com Rom.10:9, duas condições são essenciais para a salvação: crer de todo o coração que Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos e confessar com a boca que Jesus é o Senhor.

Quando confessamos Jesus como Senhor, damos a Ele controle total sobre toda a nossa vida, nosso tempo, nosso dinheiro, nossos talentos, nossas prioridades, nossos relacionamentos. Você não pode guardar nada para si mesmo. Alguém disse: “Se Jesus não é Senhor em tudo, então Ele não é Senhor!”.